Back in
the saddle foi a canção escolhida pelos simpáticos senhores do Aerosmith para abrir o show que encerrou
com chave de ouro a noite deste domingo, 20, do festival Monsters of Rock, em São Paulo. Para a apresentação,
Steven Tyler, com seus indefectíveis lenços no microfone, escolheu uma camisa estampada de oncinha e
uma calça azul com listras brilhosas.
Sim, é a cara dele e ele
notoriamente se sente à vontade vestido assim. Joe
Perry, com vestimenta mais comportada, mostrou bastante interação com o vocalista, afinal, juntos, formam uma das duplas
mais icônicas do hard rock.
A segunda
música foi um brinde aos anos 80
com Love in the elevator e a próxima aos 70 com Toys in the
Attic. Depois, para delírio da plateia, veio o hit Pink,
com o fantástico solo de gaita do frontman
Steven Tyler, que aproveitou para fazer seu ritual de caras e bocas. Dude like
a lady botou todo mundo para dançar. E os gritinhos do
vocalista sessentão com certeza causaram
bastante admiração. Mais um hit dançante: Rag Doll.
Steven
fez dos seus passeios pela passarela montada estrategicamente em frente ao
palco a alegria dos fãs mais apaixonados, com os
quais interagiu ao longo de todo o show como que agradecendo a devoção. Sim, quem é habitué dos shows da banda sabe que esse costuma ser o melhor
point.
"I
was cryin' when I met you, now I'm tryin' to forget you..." Os versos da
Cryin', uma das baladas mais ouvidas dos anos 90, mexeram com o público. Neste momento, Steven deu seu especial show à parte com o belíssimo solo de gaita. Na próxima canção, a guitarra base de Brad Whitford introduziu a
setentista Last Child. Mais conhecida do público, Jaded satisfez os mais jovens e mostrou a potência vocal do ex-jurado do American Idol.
Depois, o
solo de um magro Joe Perry invadiu agradavelmente os ouvidos de todos, que
gritaram animadamente o nome dele. Para agradecer, mandou o blues Combination. Em seguida, Eat the rich e suas batidas colocaram o público para pular. Uma pequena
homenagem ao Led Zeppelin aconteceu com uns segundos de Whole lotta love.
Quem
introduziu a bela What it takes foi o público, afinado e com a música na ponta da língua. Steven seguiu à capela, demonstrando o incrível
poder da sua voz. Hey, hey, hey. Era hora do hino Livin' on the edge, que
contou com uma interpretação totalmente entregue de Mr.
Tyler, com direito até a gemidos no final. Também emocionante foi a execução
da hollywoodiana Don't wanna miss a think.
O público do Monsters of rock teve a sublime oportunidade de
ser agraciado com No more no more, saída diretamente do fundo baú. Nesse momento, mais uma vez, a dupla Tyler e Perry
mostrou afinação e companheirismo nos mais de
40 anos de estrada. O guitarrista, animado em ver os fãs vibrando com o old time, desceu para solar virtuosamente.
Em seguida, o cover que consegue superar o original com Come Together. Uma
convidada ao palco teve a honra de fazer a clássica
dancinha da oitentista Walk this way com Steven.
Ap
ós um pequeno hiato, eis que aparece na passarela a estrela
da noite: um senhor piano para dar vida
à maravilhosa
Dream on. Perry e
Tyler se revezaram para subir no instrumento e, ao final da m
úsica, grandes estrondos de fuma
ça para coroar a balada.
Sweet Emotion, e sua espetacular linha de
baixo (que n
ão puderam contar desta vez com
Tom Hamilton, já que ele estava doente) confirmaram que os bons hits s
ão
como o vinho. Um final com toda a pompa, mas surpreendentemente sem o t
ípico bis e sem vários outros hits, como
Crazy, Fallig in love e Mama Kin.
Foto: Stephan Solon