domingo, 13 de abril de 2014

Momento intimista: Aerosmith e Slash

Conforme Slash já confessou na sua autobiografia, Aerosmith foi uma das bandas que mais influenciaram sua carreira no cenário musical. Quantas vezes ele, enquanto garoto, não se imaginava sendo o guitarrista Joe Perry e também tocando com ele? Sonho realizado. Mais: isso acontecerá várias vezes ao longo da turnê intitulada Let rock rule, na qual o lendário ex-guitarrista do Guns n' Roses dividirá toda a sua genialidade com os senhores do Aerosmith. Infelizmente, os shows somente serão executados nos EUA e no Canadá.

O anúncio foi feito durante uma apresentação intimista nos EUA no início desta semana. Ao longo de pouco mais de meia hora, a banda de hard rock passeou por hits como Walk this way, Draw the line, Same old song and dance e Pink. Na hora da clássica Mama Kin, Slash deu o ar da graça. Ensimesmado como sempre, mas visivelmente muito feliz por estar lá, o guitarrista cantarolou alguns versos abraçado com um Steven Tyler com cavanhaque e um Joe Perry super agasalhado. O momento ímpar até teve direito a uma brincadeira com Welcome to the jungle. O que será que Axl Rose achou disso?

Confira o vídeo:




sábado, 5 de abril de 2014

Kurt Cobain: 20 anos sem um dos maiores símbolos dos anos 90

Janeiro de 1993. Dois anos depois da segunda edição do Rock in Rio - uma das mais aclamadas e onde um icônico Guns n' Roses reinou absoluto, o Brasil foi palco de mais um importante festival de rock. Com a apresentação de bandas que mexiam com o público brasileiro, como Alice in Chains, L7 e Red Hot Chili Peppers, foi a vez do Hollywood Rock coroar um grupo-símbolo dos anos 90: o Nirvana.

Essa banda se popularizou num momento em que o Guns já dominava há anos o cenário do rock. Em meados de 1992, os videoclipes de Don't cry e November rain ganharam um concorrente de peso na programação da MTV. A canção Smells like teen spirit, do grupo capitaneado por um loiro com traços suaves, mas ao mesmo tempo agressivos, logo arrebatou fãs por todo o mundo. Com início impactante e orquestrada por solos de guitarra competindo com solos de bateria (alguém aí se lembra de um Dave Grohl novinho, magrelo e com longos cabelos atrás desse instrumento?), logo a música ganhou status de clássico do rock.

Ícone 

Eddie Vedder e um saudoso Layne Staley (ex-vocalista do Alice morto em 2002) que nos perdoem, mas Kurt Cobain - o tal loiro agressivo - mesmo com sua morte precoce há exatos 20 anos, é o mais lembrado quando falamos de grunge: gênero popularizado no início dos anos 90 e que chegou com tudo para competir, com toda pompa, com o hard rock que tanto marcou a década anterior. Por isso mesmo Kurt também é recordado por ter dividido com Axl Rose o posto de queridinho do rock naquela época áurea.

Dizem que os bons morrem jovens e alguns coincidentemente se vão no auge da carreira, aos 27 anos. Em 1994, a notícia da morte de Kurt Cobain surpreendeu o mundo. Era estranho, afinal ele e sua banda tinham contabilizado milhões de fãs brasileiros nos anos anteriores e muitos mais após o festival Hollywood Rock. O jovem tinha a promessa de uma carreira intensa pela frente; pelo menos, era o que fãs desejavam. Lembramos dele e de suas caretas. De agressividade dele. Do visual, com um mix de infalíveis tênis All Star e muito xadrez (ditando moda até hoje). Da atitude rebelde. Do olhar melancólico. Da ideia de vida louca, mas com família composta por Courtney Love e Francis Bean - um linda bebê que ganhou fama ao ficar órfã do pai tão cedo. 

Legado

Kurt foi marcante para nossa geração. Arrebatou milhões de adolescentes que se encontravam nas musicas dele. Muitas mensagens eram deprimentes, mas, ao mesmo tempo, expressavam o que o muitos jovens gostariam de dizer. Após alguns meses da morte dele, lembramos com exatidão de um presente: o lançamento do MTV Unplugged in New York - um CD valiosíssimo, atemporal, que continua reinando com versões suaves de clássicos como Come as you are, Dumb, Polly, About a girl, All apologies, além da fantástica versão de The man who sold the world, de David Bowie.

Como bons fãs, tentamos entender o motivo de Kurt ter abandonado não só sua brilhante carreira junto ao Nirvana mas também sua vida. Seria a depressão que o assolava? Seriam os fantasmas que o perseguiam? Há alguns anos, vimos um filme com enredo fictício, mas que ajuda a decodificar o que se passava na cabeça dele. Chamado Últimos dias, foi lançado em 2005 e é uma homenagem ao cantor, ou seja, não é autobiográfico. Quem tiver interesse em assisti-lo, o encontra no You Tube.

Leituras também ajudam a tentar compreender a mensagem que o ex-vocalista do Nirvana quis passar na sua curta passagem pelo mundo. Tem alguns livros no mercado, como a biografia Mais pesado que o céu e o recente Kurt Cobain - a construção do mito, ambos de Charles R. Cross, defensor da ideia de que ele foi o último grande astro do rock.  Explorar o videoclipes e documentários também é uma boa dica para aqueles que não o conheceram ou que simplesmente querem se lembrar da figura emblemática que ele foi. Mas já que o legado mais conhecido são suas musicas, recomendamos ouvir os três álbuns do Nirvana: Bleach, Nevermind e In Utero, além do já mencionado MTV Unplugged, que marcaram toda a geração dos anos 90.

Foto: Márcia Foletto, do jornal O Globo